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Os números de 2012

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2012 deste blog.

Aqui está um resumo:

600 pessoas chegaram ao topo do Monte Everest em 2012. Este blog tem cerca de 10.000 visualizações em 2012. Se cada pessoa que chegou ao topo do Monte Everest visitasse este blog, levaria 17 anos para ter este tanto de visitação.

Clique aqui para ver o relatório completo

Dois anos sabáticos, por favor!

Há uns dias, pensando na quantidade de livros por ler na minha estante, pensei que seria bom tirar um ano de férias pra colocar a leitura em dia. Hoje, arrumando a bagunça, percebi que precisarei de pelo menos dois.

Esses são os livros acumulados nos últimos anos (e que não serão lidos necessariamente nesta ordem):

1. O que aconteceu na Terra? (Christopher Lloyd)
2. Comida & Cozinha: Ciência e Cultura na Culinária (Harold Mcgee)
3. A audácia dessa mulher (Ana Maria Machado)
4. Clarabóia (José Saramago)
5. O Recurso (John Grisham)
6. O Cirurgião (Tess Gerritsen)
7. O Pecador (Tess Gerritsen)
8. A Palavra Ausente (Marcelo Moutinho)
9. Amor Sem Fim (Ian McEwan)
10. Mini Becky Bloom (Sophia Kinsella)
11. 50 Anos a Mil (Lobão) -> começado e abandonado…
12. Crescendo (Becca Fitzpatrick)
13. De Volta a Caixa de Desejos (Ana Cristina Melo)
14. As Formigas (Bernard Werber) -> pela metade!!
15. O Vendedor de Armas (Hugh Laurie)
16. Histórias Íntimas: Sexualidade e Erotismo na História do Brasil (Mary Del Priore)
17. O Andar do Bêbado (Leonard Mlodinow) -> Esse é emprestado, então tenho que ler logo pra devolver!!
18. Solar (Ian McEwan)
19. Conversa sobre a fé e a ciência (Frei Betto & Marcelo Gleiser)
20. Milagrário Pessoal (José Eduardo Agualusa)
21. Vida (Keith Richards)
22. Sangue, ossos e manteiga (Gabrielle Hamilton)
23. E se Obama fosse africano? (Mia Couto)
24. A História das Coisas (Annie Leonard)
25. O senhor do lado esquerdo (Alberto Mussa)
26. O dia seguinte (Luis Eduardo Matta)
27. Steve Jobs (Walter Isaacson)
28. O preço de todas as coisas (Eduardo Porter)
29. A Ilha (Flavio Carneiro)
30. O Bigode/A Colônia de Férias (Emmanuel Carrere)
31. A Arte de Fazer Acontecer (David Allen) -> pela metade!!
32. Sexo e as origens da morte (William R. Clark)
33. A longa marcha dos grilos canibais (Fernando Reinach)
34. O mundo sem nós (Alan Weisman)
35. Pegando fogo: por que cozinhar nos tornou humanos (Richard Wrangham)
36. Terra Incógnita (Ildeu de Castro Moreira)
37. A divulgação da ciência como literatura (Ana Maria Sanchez Mora)
38. O pequeno cientista amador (Luisa Massarani)
39. Ciência e público (Ildeu de Castro Moreira)
40. Deus, um delírio (Richard Dawkins)
41. A Grande História da Evolução (Richard Dawkins)
42. O Maior Espetáculo da Terra (Richard Dawkins)
43. The Happiness Project (Gretchen Rubin) -> pela metade!!
44. Cada dia mais perto (Irving D. Yalom) -> pela metade!!
45. Não Existe Crime Perfeito (Connie Fletcher) -> pela metade!!
46. Meu Nome é Legião (Antonio Lobo Antunes)
47. A Arquitetura da Felicidade (Alain de Botton)
48. A Elegância do Ouriço (Muriel Barbery)
49. Como a geração sexo-drogas-e-rock’n’roll salvou Hollywood (Peter Biskind)
50. Paixões (Rosa Montero)
51. O homem que morreu três vezes (Fernando Molica)
52. Paixão Pagu (Patricia Galvão)
53. Órfãos do Eldorado (Milton Hatoum)
54. Azul Corvo (Adriana Lisboa)
55. A mulher que escreveu a Bíblia (Moacir Scliar)
56. O Terceiro Chimpanzé (Jared Diamond)
57. Armas, germes e aço (Jared Diamond)
58. Primavera Silenciosa (Rachel Carson)
59. Last Child in the Woods (Richard Louv)
60. The Power of Place (Winifred Gallagher)
61. The Psychology of Environmental Problems (Susan M. Koger & Deborah DuNann Winter)
62. Less is more (Cecile Andrews & Wanda Urbanska) -> pela metade!!

(Poucas) Leituras

2010 e 2011 foram anos de pouca leitura, infelizmente. Obras, mudanças (físicas, psicológicas, espaciais) e trabalho, muito trabalho, me impediram de manter o ritmo anual de que eu tanto gosto, de pelo menos 2 livros por mês. Os dois últimos anos foram um desastre neste quesito. Li muitos livros técnicos (que eu nunca incluo na minha lista). E como eu não consigo deixar de comprar livros e como – felizmente – sempre ganho muitos em datas comemorativas, o resultado é que tenho uns 30 livros aqui na fila. Vamos ver se 2012 engrena!!
Aí vai a pouca coisa que li.

*1. Comer, rezar amar (Elizabeth Gilbert)
*2. A Rainha do Castelo de Ar (Stieg Larsson)
*3. You mean I’m not lazy, stupid or crazy?! (Kate Kelly & Peggy Ramundo)
*4. Tendência à distração (Edward M. Hallowell)
*5. O marido perfeito mora ao lado (Felipe Pena)
*6. Céu de Origamis (Luiz Alfredo Garcia-Roza)
*7. Vou chamar a polícia (Irvin D. Yalom)
*8. O Balneário (Manuel Vazquez Montalban)
*9. Caixa de Desejos (Ana Cristina Melo)
*10. Jogue Fora 50 Coisas (Gail Blanke)
*11. Mentiras no Divã (Irvin D. Yalom)
*12. Não existe crime perfeito (Connie Fletcher)
*13. Sussurro (Becca Fitzpatrick)
*14. Bussunda – a vida do Casseta (Guilherme Fiuza)
*15. Colapso (Jared Diamond)
*16. Conservation Psychology (Susan Clayton & Gene Myers)
*17. Cada Dia Mais Perto (Irvin D. Yalon)
*18. A Filha do Livreiro (Marcela Tagliaferri)
*19. Casados com Paris (Paula McLain)

Os números de 2011

Os duendes de estatísticas do WordPress.com prepararam um relatório para o ano de 2011 deste blog.

Aqui está um resumo:

A sala de concertos da Ópera de Sydney tem uma capacidade de 2.700 pessoas. Este blog foi visitado cerca de 16.000 vezes em 2011. Se fosse a sala de concertos, eram precisos 6 concertos egostados para sentar essas pessoas todas.

Clique aqui para ver o relatório completo

Vem ni mim, 2012!!!

Em 2012 vamos zerar o blog e começar de novo!
Tá, não vou apagar nada, mas vou ser mais regular! 🙂

Ou pelo menos vou tentar!

As voltas que o mundo dá

Uma amiga querida talvez chamasse de caminhos do Universo. Essas linhas tortuosas por onde a gente anda a vida inteira pra chegar num determinado lugar, sabe? Ou o pensamento de que a gente passou por tanta coisa pra alcançar um determinado estado de espírito. Não importa como a gente chame, o fato é que, realmente, quando a gente olha pra trás, o presente acaba fazendo algum sentido.

Ultimamente tenho pensado muito sobre pessoas e momentos que me marcaram, especialmente os que me marcaram negativamente. Às vezes a gente fica se perguntando por quê determinadas coisas aconteceram ou por quê algumas pessoas nos decepcionam tanto. Não costumo acreditar em destino, em coisas escritas, mas acredito que a gente se redescobre e se reconstrói a partir de cada uma das nossas experiências. E à medida que ficamos mais calejados, aprendemos a identificar quem são as pessoas e coisas que realmente merecem nosso respeito e consideração.

De forma alguma esse post é triste. Na verdade, percebendo essas coisas ruins, percebemos também quem são as pessoas e coisas que nos fazem bem, felizes. Passamos a peneirar mais e mais e guardar perto quem a gente pode chamar de família e aquilo que contribui para o nosso bem estar. Envelhecer é uma forma de enxergar melhor.

E, conforme o tempo passa, o mundo dá muitas voltas. E hoje, talvez na minha fase mais tranquila e feliz das últimas décadas, agradeço todos os dias por essas voltas e pelas pessoas que tenho perto de mim. Pessoas que se afastaram por um tempo (tipo uns quinze anos!) e reapareceram, pessoas que entraram na minha vida e ficaram, pessoas que também passaram por caminhos tortuosos para hoje estarem perto de mim (quanta pretensão!), pessoas que puxam as minhas orelhas, que me põem pra cima, que são companheiras e em quem eu posso confiar, e que me proporcionam momentos suaves, tranquilos, alegres, importantes, marcantes e inesquecíveis. Pessoas que hoje são a minha grande família.

É bom a gente saber que nunca estará sozinho.

*

“É sempre bom lembrar / que um copo vazio está cheio de ar.” 

Paul, 22 de maio de 2011.

Quando acabou “Let It Be”, estávamos com as mãos entrelaçadas. Ele olhou pra mim e sorriu. Aí eu tive certeza: felicidade. ♥

*

Quando tocou “Live and let die”, ele me abraçou. Ele sabia que eu ia me emocionar e me deu um beijinho na cabeça. Aí eu tive certeza: companheirismo. ♥

*

Quando tocou “I’ve Got a Feeling”, ele ficou sério. Olhou para o mané que estava doidão por perto e pegou na minha mão. Aí eu tive certeza: segurança. ♥

*

Quando eu cantei “All My Loving”, desenhei um coração com as mãos e entreguei pra ele. Ele pegou com carinho e guardou junto ao dele. Aí eu tive certeza: amor. ♥

*

Quando tocou “And I Love Her”, eu cantei pra ele. He gives me everything, and tenderly. Aí tive certeza: agora, não preciso de mais nada. ♥

Tem coisas que a gente acha que nunca vão acontecer com a gente. A gente sabe que podem acontecer, mas a gente se julga mais esperto, mais atento, mais “safo” do que a maioria. Mas aí um dia acontece.

Tropecei numa tampa saliente na calçada. Perdi o equilíbrio. Tropecei de novo num buraco. Voei uns metros. Caí de cara no chão. Bati o lado esquerdo no chão primeiro, perna, braço e rosto, quiquei e bati com a lateral do crânio do lado direito. Por um momento achei que minha perna direita não estava mexendo. Meu pai ficou em pânico, eu sou só sabia dizer “ai ai ai tá doendo tudo”. Juntou um monte de gente em volta e só então percebi que estava sangrando. Quis me certificar de que nada havia acontecido com o meu joelho, que meus dentes estavam inteiros, que eu conseguia falar. Fiquei deitada um tempo tentando identificar de onde vinha a dor: da cabeça inteira. Sentei e tentei identificar de onde vinha todo aquele sangue: do meu queixo.

Um moço que tentava me ajudar anunciou que não poderia mais ficar ali porque estava quase desmaiando com a quantidade de sangue que saía de mim. Só então eu percebi que minha mão, pescoço e roupa estavam cheias de sangue.

Estava perto da casa do meu pai, e fui me lavar pra entender o que tinha acontecido. Foi neste momento em que fiquei tonta, que o mundo escureceu e eu quase desmaiei. Percebi que o corte no queixo tinha sido exatamente em cima de onde eu já havia aberto. E não parava de sangrar. Percebi também que não conseguia abrir a boca direito, que a mandíbula doía muito, que a cabeça parecia que ia explodir.

Às 17h46 dei entrada na emergência do Copa D’Or. Atendida pelo cirurgião, ele ficou preocupado com a pancada na cabeça. Limpou o queixo e resolveu tentar colar ao invés de costurar. Depois pediu uma tomografia, por garantia.

Três horas depois, tomografia feita e todos aliviados porque meus ossinhos estavam todos no lugar. Muitos edemas nas partes moles (ou seja, cara inchada), mas de resto tudo inteiro. Antiinflamatório, analgésico, compressas de água morna e muita paciência, são as instruções pros próximos dias. A previsão é que eu continue sentindo dor por uma semana.

Queixo dói, cabeça inteira dói, mandíbula dói até pra bocejar, pescoço dói, ouvido dói, hematomas pelo rosto, hematomas na perna, não consigo levantar o braço esquerdo. E poderia ter sido bem pior.

Fico pensando, e se eu fosse uma idosa? Não poderia ter tido conseqüências bem piores? Não poderia ter morrido?

Eu não estava distraída, não estava ao celular (tinha, inclusive, esquecido o aparelho em casa), não estava lendo, não estava fazendo nada a não ser andar normalmente pela calçada.

É claro que tropeçar e cair é uma fatalidade. Mas será que as calçadas irregulares não ajudam? A caixa da CET Rio está totalmente saliente na calçada. Tem mais buraco do que pedra portuguesa. Será que isso não ajuda a aumentar o risco? Hein, hein?

Saudade…

… de escrever aqui.

Blá blá blá

Ansiedade sempre foi o meu nome. Não me lembro de ser diferente desde a infância. Meus pais são ansiosos, eu não tinha como ser diferente. Mas a minha ansiedade, ao contrário da deles, sempre me sabotou. Acabou com a minha auto-estima (se alguém encontrar ela por aí, favor devolver), fez com que eu desacreditasse da minha capacidade intelectual por muitas e muitas vezes (tipo sempre) e ao longo do tempo fez com que eu perdesse a noção de o que era realmente preocupante e do que era uma bobeira. O Transtorno de Ansiedade Generalizada faz com a gente não durma direito, faz com que a gente crie problemas que não existem (e se desespera com eles). A gente exagera, catastrofiza, lê a mente de todo mundo (sempre imaginando, claro, que os outros estão pensando tudo de ruim sobre a gente), se acha o cocô do cavalo do bandido sempre, acha que ninguém gosta da gente e que Murphy vai estar sempre na cola, mesmo que tudo pareça estar dando certo. Elogio é algo que nosso cérebro não é capaz de processar. A gente se submete a tudo, não se impõe. Pisam na gente e a gente acha que é normal, afinal a gente não é bom o suficiente. Pra nada.

É claro que eu não fui 100% assim nos últimos 34 anos e 7 meses. Às vezes a gente tá melhor, às vezes a gente chega ao fundo do poço.

Desde o ano passado eu mergulhei no fundo do poço. E fui parar no consultório psiquiátrico por outra razão. Eu na verdade não tinha nenhuma noção de que estava no fundo do poço. Saí de lá, no entanto, com o diagnóstico de TAG, caixas de anti-depressivo e um encaminhamento pra terapia. Uma possível TDAH deixou de me preocupar, sério.

Comecei a fazer terapia cognitivo-comportamental em janeiro. Seis meses depois, eu sou outra pessoa. Quer dizer, eu sou eu de novo. Quando olho os posts do ano passado, me choco e às vezes não sei como consegui, no meio daquelas crises de ansiedade/pânico, chegar até onde cheguei, profissionalmente. Talvez porque visse isso como a minha salvação, um chance mínima de resgatar alguma auto-confiança.

Essa tal de TCC foi a melhor coisa que me aconteceu. É impressionante como a gente passa a vida enfiando coisas na cabeça e depois não sabe nem de onde veio. E mesmo quando a gente descobre de onde veio, não faz idéia de como é difícil mudar. Quanto mais velho a gente fica, mais teimoso, né? Mas acho que reconhecer a auto-sabotagem já é um bom começo. Também dei sorte: tio D. e tio A. são sensacionais. Certamente encontrar bons profissionais é fundamental. E, claro, a vontade de se livrar da nuvem negra, das palpitações sem fundamento, das noites de insônia. Porque o trabalho maior e mais difícil fica por conta da gente.

Tio A. disse há umas semanas, depois de ouvir mais um pouco sobre episódios da minha vida, que eu sou resiliente. Desde então, toda vez que eu acho que vou desmoronar, tento me lembrar disso. E aí penso: vai passar, vai passar. Não crio mais problemas pra mim onde não existe. Consegui passar a pensar neles de forma realista, e expulsei os monstros do armário. Não me irrito a toa com coisas pequenas. Se me irrito, não deixo que isso tire o meu bom humor.

Estou mais calma, mais tranquila, mais simples. Quero estar assim o tempo todo, o máximo que eu puder.

Só tenho que aprender a fazer como uma amiga, que todos os dias quando acorda, se olha no espelho e se chama de gostosa. rs

——–

DICAS DE LEITURA:

A mente vencendo o humor, de Dennis Greenberg. Além de falar sobre ansiedade, medo, culpa, depressão, explica um pouco da TCC e tem vários exercícios para identificar e minimizar distorções cognitivas. Muito bom!

O estresse está dentro de você, de Marilda Lipp. Um geralzão sobre o que nos causa estresse, desde a infância, e dicas de como diminuir os efeitos.